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Para diminuir impactos no tráfego, obra rodoviária foi executada em dois dias a partir de tecnologia ferroviária, que lança mão de módulos metálicos pré-montados
O viaduto antigo foi demolido, deixando à mostra as estruturas preparadas anteriormente
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Horas mais tarde, essas estruturas receberiam os quatro módulos metálicos que, pré-montados, fazem as vezes de tabuleiro e pista do viaduto
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Cerca de 48 horas após o início dos trabalhos os módulos já estavam posicionados e prontos para a instalação das barreiras laterais e das juntas de dilatação
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Foi concluída em 48 horas uma obra que, se utilizadas técnicas convencionais de construção, teria durado cerca de seis meses. Entre 31 de julho e 1° de agosto de 2010, um final de semana, a BR-116, na altura do km 260 da rodovia, limite entre os municípios de Canoas e Esteio, no Estado do Rio Grande do Sul, foi bloqueada para a substituição de um viaduto antigo por um novo. Foi a primeira vez que um trecho da estrada foi totalmente interrompido.
O viaduto substituído, conhecido como viaduto da Petrobras, localizado em frente à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), fora construído na década de 1960 e vinha apresentando problemas em sua estrutura, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável pela rodovia. Além dos desgastes em uma estrutura de mais de 50 anos, a deterioração do viaduto - que já estava em estado grave, segundo o Dnit/RS - foi acelerada pelo aumento da frota que circula na região.
A escolha da técnica que permitiu a conclusão da obra em 48 horas foi motivada pela localização do viaduto, na região metropolitana de Porto Alegre. Entre os municípios de Canoas e Esteio, no trecho Porto Alegre/Novo Hamburgo, passam diariamente 136 mil veículos de passeio e de carga. Segundo o superintendente do Dnit/RS, o engenheiro Vladimir Roberto Casa, não havia como interromper o tráfego de um trecho da estrada por onde passam tantos veículos por dia. "A opção foi pelo menor transtorno possível", diz. Pelo mesmo motivo, optou-se por substituir o viaduto e não consertá-lo.
Planejamento estratégico
O planejamento da obra, realizado pelo Dnit por meio de sua Superintendência do Estado do Rio Grande do Sul, durou cerca de seis meses. A demolição do viaduto antigo começou na noite de sexta-feira, 30 de julho. A construção da nova obra de arte começou na manhã de sábado e, na manhã da segunda-feira seguinte, 2 de agosto, as pistas já estavam liberadas ao tráfego. A velocidade da obra é atribuída à técnica utilizada, que previu o uso de módulos metálicos em aço naval montados fora do local de implantação. Foi a primeira vez que foi utilizada no Estado e, segundo o Dnit/RS, a técnica é pioneira no campo rodoviário brasileiro.
O planejamento da obra, realizado pelo Dnit por meio de sua Superintendência do Estado do Rio Grande do Sul, durou cerca de seis meses. A demolição do viaduto antigo começou na noite de sexta-feira, 30 de julho. A construção da nova obra de arte começou na manhã de sábado e, na manhã da segunda-feira seguinte, 2 de agosto, as pistas já estavam liberadas ao tráfego. A velocidade da obra é atribuída à técnica utilizada, que previu o uso de módulos metálicos em aço naval montados fora do local de implantação. Foi a primeira vez que foi utilizada no Estado e, segundo o Dnit/RS, a técnica é pioneira no campo rodoviário brasileiro.
Com execução relativamente simples, o planejamento foi a etapa mais complexa. Para a demolição do viaduto antigo não foram utilizados explosivos, mas duas máquinas perfurantes que fizeram o trabalho em cerca de 12 horas.
Com as mesmas dimensões que o antigo, o novo viaduto mede 31,5 m de extensão e possui 724 m². Possui duas faixas e quatro pistas de tráfego com 3,6 m de largura cada, com acostamento externo de 2,5 m e barreira lateral de proteção; não há faixa para pedestres. A capacidade de carga móvel do novo viaduto é de 45 t, conforme exigido pelas normas de trânsito atuais.
O novo viaduto foi montado com quatro módulos de metal pré-construídos. Pesando 60 t cada e medindo 11,5 m x 15,5 m, os módulos fabricados em Canoas foram transportados em quatro caminhões especiais pela BR 116. Com a ajuda de um guindaste de 500 t, que já estava no local, as peças foram colocadas sobre as estruturas e soldadas.
Essas estruturas de sustentação já vinham sendo reparadas há alguns meses, desde 2009, com o bloqueio alternado das pistas para a execução de obras de recuperação da fundação e dos pilares, sempre aos finais de semana. "Sem esses equipamentos, não teríamos conseguido executar a obra", afirma Casa, do Dnit/RS.
Custo logístico
O valor da obra foi de R$ 6,8 milhões, maior do que o usual para obras que utilizam técnicas tradicionais, mas justificável, segundo o Dnit/RS, por evitar os transtornos que a interrupção de um trecho de uma estrada movimentada pode causar, com prejuízos financeiros para a região. Outros métodos de construção foram estudados, no entanto. Entre eles, a opção mais rápida seria a construção de um novo viaduto de concreto, também pré-moldado. Ainda assim, o tempo de interrupção do trânsito seria de duas a três semanas.
O valor da obra foi de R$ 6,8 milhões, maior do que o usual para obras que utilizam técnicas tradicionais, mas justificável, segundo o Dnit/RS, por evitar os transtornos que a interrupção de um trecho de uma estrada movimentada pode causar, com prejuízos financeiros para a região. Outros métodos de construção foram estudados, no entanto. Entre eles, a opção mais rápida seria a construção de um novo viaduto de concreto, também pré-moldado. Ainda assim, o tempo de interrupção do trânsito seria de duas a três semanas.
"Assim surgiu a ideia de adotar a técnica dos módulos metálicos, utilizada principalmente no setor ferroviário", explica Casa. Segundo ele, o inovador não é a técnica em si, mas sua associação com um viaduto com essas dimensões.
Planejamento da execução foi totalmente baseado no uso de equipamentos, como os rompedores hidráulicos, que colocaram o antigo viaduto no chão, e o guindaste, capaz de carregar 500 t
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Os quatro módulos metálicos com 60 t cada um foram transportados em caminhões especiais desde a fábrica, em Canoas, a cerca de 5 km do viaduto
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A partir de então, técnicos do Dnit/RS e de uma empresa contratada pelo órgão desenvolveram o projeto que determinou as dimensões dos módulos e as máquinas que deveriam ser utilizadas. A escolha foi facilitada pelo fato de existir uma grande indústria especializada em módulos metálicos na região. "Se não existisse essa indústria, a adoção da técnica não seria inviabilizada, mas se tornaria mais trabalhosa e mais cara", afirma o engenheiro.
A obra foi executada pela construtora M. Martins e envolveu uma equipe de 50 trabalhadores. As estruturas metálicas estavam prontas duas semanas antes das obras começarem. A programação da obra, durante o final de semana, foi definida pelas condições climáticas, já que as atividades seriam dificultadas em caso de chuva.
Para finalizar a empreitada e operar no viaduto como um todo, foi necessário o fechamento da BR-116 nos dois sentidos (interior-capital e capital-interior). A preparação dos trabalhos teve início dois dias antes, com a interrupção do tráfego na via que passa por baixo do viaduto. Com o início das obras o trânsito da rodovia principal foi desviado para o interior das cidades, onde foram criadas alternativas viárias. Semanas antes da interrupção, foram feitos anúncios aos motoristas, visando a diminuir os transtornos.
Com a obra pronta, a manutenção do viaduto é semelhante à exigida por uma estrutura de concreto. Periodicamente, são feitas vistorias no local, com pequenos reparos quando necessário. A diferença, segundo o engenheiro Vladimir Casa, é que a estrutura metálica tem maior durabilidade do que o concreto, pois foi feita de aço naval resistente à corrosão. A manutenção periódica, portanto, acontece, sobretudo, nas juntas.
Fonte: http://www.infraestruturaurbana.com.br/solucoes-tecnicas/15/artigo258462-1.asp
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